Trinta e seis anos após se tornar um clássico do cinema, ganhando uma legião de fãs pelo mundo e até uma bem-sucedida adaptação para a Broadway, o pós-vida colorido (e meio sem sentido) de Tim Burton está de volta às telonas em “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice“. Mantendo a essência de seu antecessor, tanto no tom quanto na estética visual singular, o novo filme é de fato divertido, como o próprio título sugere; mas não vai muito além disso.
Outra vez sob a direção de Burton, a produção também conta com o retorno de Michael Keaton, Winona Ryder e Catherine O’Hara aos papéis de Beetlejuice, Lydia Deetz e Delia Deetz; respectivamente. Com roteiro assinado por Alfred Gough, Miles Millar e Seth Grahame-Smith, a trama é ambientada algumas décadas após os eventos do primeiro filme. Agora adulta, Lydia se mudou para Nova York e apresenta um programa de televisão de temática paranormal. Porém, após uma tragédia familiar inesperada, as três gerações da família Deetz voltam para casa em Winter River.
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- Crítica: “É Assim Que Acaba” é bom, mas podia ser melhor;
- Crítica: “Bad Boys: Até o Fim” empolga e diverte sem arriscar muito.
Enquanto lida com a inesperada reviravolta em sua vida pessoal, Lydia é assombrada por misteriosas aparições de Beetlejuice em seu dia a dia. Tudo isso acontece em meio a tentativas de se reaproximar de sua filha, Astrid (Jenna Ortega), que não acredita em fantasmas. Como se os problemas no mundo dos vivos não fossem suficientes, no submundo o demônio apelidado de Besouro Suco se torna alvo de sua assustadora ex-mulher, interpretada por Monica Bellucci. Quando todos esses conflitos entram em rota de colisão, mortos e vivos precisam unir forças para resolver a complexa situação!
Divertido sim, ousado não
Assim como recentes remakes e sequências de franquias consagradas, “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” evita seguir por caminhos criativos arriscados demais. Tal postura mais conservadora tem como objetivo não decepcionar o público pagante que, embora ciente de se tratar de um novo filme, deseja obter uma experiência cinematográfica similar à original, que o remeta ao conforto de sua memória afetiva. Por um lado, isso garante uma segurança ao estúdio que investe na produção, mas por outro, limita o potencial criativo do resultado final. Até a performance de Jenna Ortega como Astrid lembra bastante a popular Wandinha, vivida pela atriz na série homônima da Netflix.
Ainda que não possua uma história tão empolgante ou inovadora que justifique a sua existência, o longa é mais divertido que seu antecessor, com boas sacadas e piadas inteligentes do começo ao fim. Há também uma melhora no ritmo da narrativa, que aqui possui um desenrolar mais fluído. Mesmo com quase duas horas de duração, você nem sente o tempo passar! Outro ponto positivo é a profundidade dos personagens. Se no clássico da década de oitenta eles eram bidimensionais, agora possuem camadas mais elaboradas de personalidade. E para a alegria dos mais curiosos, finalmente é revelada a causa da morte de Beetlejuice!
Mesmo com uma vilã fraca, mas com uma trilha sonora recheada de hits, participações especiais interessantes, e efeitos visuais práticos de encher os olhos, “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice” cumpre sua função básica de entretenimento, porém deixa uma sensação de que poderia ter sido ainda mais interessante e irreverente.
NOTA: 3,5/5
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